Escreveu o poeta lusitano Camões que “amor é fogo que arde sem se ver”. E, com toda a sua lírica e coerência poética, concordo com o poeta. Principalmente se quisermos diferenciar amor de paixão. Claro!, o amor é discreto e consome internamente, já a paixão, por sua vez, é desesperadora, arrebatadora, escandalosa e, como não podia deixar de ser, também consome.
Pois, por mais que se reclame o estatuto de arte ao esporte, não é com amor ou com critica de arte que se entende o futebol, mas sim com paixão. Os aparelhos de televisão que recebem chutes e os vizinhos que ouvem gritos desesperados, bem sabem: ou é um ataque cardíaco ou o time de alguém está perdendo.
E o torcedor costuma se converter nas cores do seu time. Alguém que torça para o Internacional, por mais que seja seu grau de nobreza, jamais vai dizer que tem o sangue azul, afinal, sangue azul é coisa para gremista. Conta-se que há alguns torcedores do Inter que não rezam muito e fazem churrascadas na sexta-feira da paixão; eles têm medo de irem para o céu, pois, como acredita-se, é azul.
É famoso um velho comentário sobre essa paixão abrasadora: o indivíduo troca de mulher, mas não troca de time de futebol. E vai além: troca-se de religião, partido político, casa, país, mas, aparentemente, não se torça de time. Quando, então, alguém decide participar de um time? É herança genética? É o meio social? É um espírito que incorpora no sujeito ou um desígnio de Deus? Não sei, não sabemos, ninguém sabe. Os cientistas e inventores podiam para de perder tempo com bombas ou se há vida em Marte e tentar descobrir os porquês dessas perguntas. Afinal, mesmo que haja vida em Marte, assim que eles forem apresentados ao futebol, se tornarão terráqueos.
E essa paixão extrapola até o profissionalismo, por isso que na Copa do Mundo, há a neutralidade continental, isto é, se Brasil jogar contra o Japão, por exemplo, o juiz ou será africano ou será europeu. Pode parecer exagero, mas não é. Conta-se que há alguns anos, aos trinta e tantos do segundo tempo, no maior clássico mundial daquela região, o time A e o time B ainda estavam no zero a zero. Sabe-se lá o porquê, ocorreu um enleio no meio de campo. Nisso, o volante do time B pergunta ao juiz:
- Mas de quem é a bola?
E o juiz, sem pestanejar:
- É nossa! É nossa! Vamos, vamos pro ataque!!!
6 comentários:
hehehehehehe
boa!
purum pa!
Faça-se justiça: devo os créditos pela historieta do juis a Cristiano de Salles, o doutorando de cavanhaque.
putz, escrevi juiz com 's'. Bah, só para aprender a não postar sem revisar, vou deixar ai.
diz um camarada meu, por essas andâncias, que o futebol é o ópio do corno.
eu acho que é sublimação.
diga para esse seu maigo parar de andanças e ir ver como está a esposa dele... Essa frase não pode ter sido criada por ele, com certeza é coisa que botaram na cabeça dele...
hehehehehheh
Rsrsrss
Divertido!!
:D
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