sábado, 23 de junho de 2007

A certeza de Galileu-i

Papéis - costurados com durex amarelado - e números enfileirados esperam para reproduzirem números em novos papéis quadriculados. As vezes tão quadrados que intangíveis.

Crianças com nariz escorrendo no colo de mães - ou irmãos - enfileirados esperam para entregarem os resultados das fornicações numerais.

Funcionários entediados esperam atrás dos balcões para parirem novos - e tão velhos - números nos padronizados formulários, ou nas telas.

Famílias - engaioladas no desespero da fome de também viver - aguardam anciosas os benefícios que podem um dia não vir.

Números e suas esperas.

Números deletados sem pudor.


Esperas.


Os auxílos se perdem no caminho, vão fazer número nas contas erradas (?).

Ao sentimentalizar-se com o pobre cãozinho abandonado o alívio por fazer alguma coisa.



e pur se MORRE

Um comentário:

Fernando Floriani Petry disse...

em outras palavras, cadastramento de familias carentes para o Bolsa Familia, em um sabado.