Já cansado um pouco das férias, voltava às aulas. Além de rever os amigos no primeiro dia letivo, recebia as doações do material escolar que utilizaria até o final do ano. Juntamente com os novos lápis e canetas, régua e borracha de duas cores, recebia a repetitiva recomendação: “cuide bem, hein! Não é porque é dado que vais jogar fora...” As professoras começaram a estranhar o excesso de esmero para que o espaço em branco do caderno não se exaurisse: economizava no tamanho e formato da letra, resumia idéias, escrevia pouco. Com o encerramento do ano letivo, sobraram-lhe três folhas sem nenhuma mancha de grafite. Ao chegar em casa, arrancou-as, retirou as rendas, dobrou pequenos aviões, coloriu, desenhou-se piloto e a família e amigos como passageiro nos três. Com o entardecer, realizou seu sonho de voar, morro abaixo, rumo ao horizonte.
sexta-feira, 30 de março de 2007
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Um comentário:
Las calles y las lunas suburbanas,
y mi amor y tu ventana
todo ha muerto, ya lo sé...
Sur, Astor Piazolla
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