quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Às visões

Em uma parte suja, mas muito movimentada, da cidade abandonada, a cigana sentou no chão. Disputando espaço entre os pombos e os camelôs, enquanto deslizava um colar de contas multicoloridas entre os calos, dizendo-se grávida de poucos meses, começou a anunciar seus serviços: previa o passado (“teu, dos teus e dos outros”) e cobrava pouco. Os curiosos se converteram em desesperados com a quantidade de acertos. Antes do almoço,os pais temiam os filhos que temiam os outros que temiam todos que temiam e não temiam. Antes da noite, uma multidão querendo manter os trabalhos do esquecimento, iluminou a noite com uma fogueira alimentada pela cigana e seu colar de contas.

3 comentários:

Dalila Floriani disse...

o pó de cinza lembraria da cigana e seu colar de contas?

Fernando Floriani Petry disse...

Malditos os monty, que inventaram o spam!

Jonas Tenfen disse...

spam, spam, spam, lovelly spam!