Em uma parte suja, mas muito movimentada, da cidade abandonada, a cigana sentou no chão. Disputando espaço entre os pombos e os camelôs, enquanto deslizava um colar de contas multicoloridas entre os calos, dizendo-se grávida de poucos meses, começou a anunciar seus serviços: previa o passado (“teu, dos teus e dos outros”) e cobrava pouco. Os curiosos se converteram em desesperados com a quantidade de acertos. Antes do almoço,os pais temiam os filhos que temiam os outros que temiam todos que temiam e não temiam. Antes da noite, uma multidão querendo manter os trabalhos do esquecimento, iluminou a noite com uma fogueira alimentada pela cigana e seu colar de contas.
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3 comentários:
o pó de cinza lembraria da cigana e seu colar de contas?
Malditos os monty, que inventaram o spam!
spam, spam, spam, lovelly spam!
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