O dia foi escurecendo antes, bem antes, da chegada da noite. As pessoas iam se preparando para a tempestade que se anunciou eminente: lonas e impermeáveis, alguns mais elegantes que outros, surgiam para proteger os corpos quentes dos precavidos. Para muitos, restou maldizer a memória, a pressa, o tempo. As lâmpadas dos postes, os faróis dos carros e os muitos relâmpagos iluminam os passos temerosos dos transeuntes, já desorientados antes de começar a chover. Então, caiu a primeira gota, seguida pelo séquito em turbilhão das irmãs gêmeas. Caiu por falta de palavra melhor. Havia o barulho das águas, o cheiro da chuva nas calçadas molhadas, a sensação de umidade e tão só. Todos sabiam, mas ninguém podia falar: chovia, e torrencialmente, para cima. Um novo dilúvio que sequer fez mais valos nas terras comidas pela erosão. Passada a tormenta, surgiu uma única e suficiente explicação aos perplexos boquiabertos que olhavam secos para o céu: um enorme sorriso de sete cores singrou o mar de nuvens.
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4 comentários:
belo. belo belo, mais que belo.
belo.
belo. belo belo, mais que belo.
belo.
repetitivo eu, não?
e é a mais bela (para não mudar os adjetivos) das explicações...
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