how it feels to be something on.

sobre porque eu já tive um blog que citava uma música do sunny day real estate no título... e porque ele acabou. ou não.

um dia, a prosa da vida cansa, e vira poesia. porque a vida não precisa de tantas palavras, nem tanta explicação. as coisas acontecem, simplismente. meio sem nexo. mas é bom quando continuam acontecendo. gosto de saber que eu não sou mais a mesma de 3 anos atrás, que eu não moro mais na mesma casa, que conheci gentes, que experimentei viver. que um dia eu decidi sair de casa pra conhecer o mundo e deu certo. muitas das coisas que eu sei, aquelas que eu costumo opinar mais, não digo por imaginar situações hipotéticas. opino porque os meus 20,5 anos permitiram que eu vivenciasse coisas, e pudesse aprender com elas.

uma colega dessas que estudaram comigo a vida toda, que eu devo conhecer desde que eu tinha 6 anos (do pré) veio aqui em casa hoje, e foi, no mínimo, estranho. faziam uns 3 anos que a gente não se encontrava, apesar de, vagamente, eu ter notícias dela. a internet junta nos reaproxima dessas pessoas... por que eu não sei se teria coragem de ligar pra casa dela e chamar ela pra sair se tivesse que ligar. faria isso sim, mas daqui a uns 10 anos. aquela coisa de filme e tal. mas o estranho não foi isso. estranho é que ela estava feliz, provavelmente mais feliz do que nunca, mesmo tendo praticamente a mesma vida que ela tinha na época do terceirão. quer dizer, ela entrou na faculdade, mas continua morando na mesma casa, tendo a mesma vida, e namorando o mesmo cara de três anos atrás. daí eu percebo que enquanto a minha vida sempre foi cíclica, a dela foi linear. uma coisa acontecia como seqüência harmoniosa da outra, existia uma continuidade.

as coisas na minha vida nunca foram assim, não sei se porque eu não deixei ou porque... não foram. a verdade é que enquanto ciclos se encerravam, outros começavam. novos contatos, velhos laços se desatando... tudo sempre começa e termina, e o engraçado é que pelo menos na minha vida, eu não sei porque, as coisas não costumam durar. vai ver foi por isso que eu me adaptei, aprendi a gostar de mudanças, aprendi a gostar de páginas em branco... de cadernos em branco, agadês vazios e isso tudo. e porque reencontrar essas pessoas me deixa tão incomodada. elas me empurram de volta nas lembranças de quem fui um dia e me fazem pensar... o que seria de mim se tambem eu fosse linear?