quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

De outra vez que acordei bêbado...

Minhas paredes cobertas de poesia
eu nao minhas tintas de insanidade
num pincel de álcool.
sei se caligrafia abismal

Sento na cama. Café na mão,
já não pão e pé no chão
rasgo do pijama entre os dedos
minhas paredes de poesia...

Acordar bêbado
é a poesia de minhas paredes.
Repleta de poesia bêbada. Versos
livres, devassos, insalubres.

Rimas pobres fracas cambaleantes
versos verbos
coloquei princípios de ilusão

Sonetos perdidos
métricas destruídas

Repletos!

Nas poesias de minha parede.

Levanto. Café frio
essa chinelo na mão
roupão roubado de motel
poesia bêbada esfregando o chão de minhas paredes
de poesias.

Visto minhas roupas rasgadas, trancafiadas
aqui. saio da claustrofobia poética
de minhas paredes

vou atrás daquele velho
sabe do bar sem paredes
comprar tintas de musgo
como é a memória – o velho sabia o valor das coisas inúteis –
Apagar a poesia de minha parede.
Cobrir de musgo.

Criar lesmas
de alguém Minha parede repleta de lesmas!
E seus poéticos rastros.
bêbado... – poesia é rastros de lesmas...

3 comentários:

Nayara Duarte [1] disse...

cê não tem idéia do tamanho da minha preguiça pra ler esses seus poemas.
;D

Fernando Floriani Petry disse...

Não leia...

Qualquer dia eu faço uma poesia em branco pra ti entao...

Nayara Duarte [1] disse...

não precisa ser em branco. faz um haicai a la paulo leminski.