quarta-feira, 30 de maio de 2007

Ele é apenas um bom ator

Não há como negar.
Sua sagacidade marcante emaranha todos os pensamentos lógicos deixando-me sem
nenhum.Desordenadamente, minha mente temerosa tenta fugir de tal cena.
A vida é um vício.Ela se repete.Não há como não temer diante de tais olhares.Não!.não
estou vendo coisas, tampouco interpretando mal o que realmente é.
São apenas olhares de mestre, que gentil ao extremo confundi-me a razão.
Vulnerável criatura abandonada me tornei.
Náuseas acometem-me pelas manhãs frias.As ruas vazias trazem-me um rosto.Um medo
como de morte me lança para a solidão e descrença; lança-me ao infortúnio
antecipado.Durantes os meses passados, tudo estava em paz.
Alarmante tal dado.Não quero a repetição.Não quero dias maus vividos.As manchas
púrpuras que mascaro com seriedade ou com um grande sorriso, ainda são vívidas demais
para eu simplesmente ignorar.Não consigo entender como aprendi tão bem suas lições que
aos gritos me falastes; as palavras ásperas que ouvi enquanto crescia.Palavras estas que
abalaram minha estrutura.Palavras do protetor. Palavras de quem eu depositara toda a minha
confiança.
Tudo estava em paz.
A cena dramática que se segue é de um protagonista com um figurante. Pode
existir?Impossível.Ainda não entrou em cena a coadjuvante.Mas, eu conheço tal obra, sei
seu final dramático no qual eu ao menos tive um segundo de momento bom para
recordar.Lá no canto escondido, ainda existe uma romântica incorrigível, mas eu não quero
embebecer-me desse vinho.Por esses dias de confusão, caminhei buscando em mim forças,
não a encontrei.Anseio a chegada de uma nova vida.Nunca vi tão belo conjunto de
perfeições dispostas.Clamo em silêncio por um pouco de fé.O ninho dos braços da ilusão
inebriante que criei para proteger-me nem ao menos tem conhecimento da estrada solitária
que trilhei.Sou capaz de amá-lo em silêncio pelos longos meses que à minha frente estão
estendidos...Entretanto, sei das suas artes cênicas. da sua eloqüência, do seu modo
convincente de desempenhar o seu papel diante de seu público que o ouve com grande
interesse.Àquele par de olhos azuis traiçoeiros não dirijo o meu olhar;pare de expressar
suas mentiras, meu querido ator.Pare de mentir.Pare de ilustrar minha mente com seus
enganos sutis.Sabes agora que o teu nome é Ator.E para a vida seguir tranqüila o seu rumo,
sempre serás para mim um mero ator.

autora: Caroliny Laurindo Nascimento

4 comentários:

Unknown disse...

Carolzinha, ta lindo o texto, parabeens... queria ter lido antes....
beijos...

Anônimo disse...

Ôpa! Tu manja muuuuito! Gostei =]
Você está de parabéns, Caroliny. Parabéns meeeeesmo!

Quando tiver outro texto, não deixe de me avisar, ok?
Beijão!

Anônimo disse...

como ia dizendo, sempre me perco na ambiguidade de algumas figuras de linguagem ^^

de qualquer forma, o texto está muito bem escrito e sonoro... de onde veio a inspiração?

abraços

Anônimo disse...

UAU.... praticamente uma escitora Nata.... vc é mto boa nisso em... adorei... faça mais todos nso queremos ler mais de seus belos textos...

Bjos
JOrge(filmes)