segunda-feira, 27 de março de 2006

Poema autobiográfico em Eu

Calar é pecado.
Calar-se é pecado.
O homem moderno é o homem sem Deus.
Logo, calar-se é crime.

Silêncio, ato (des)contínuo
provocativo, e desagradável.

O silêncio é a maneira de comunicar-se com Deus, deus e deuses. O moderno, portanto, é a pura negação do silêncio. Diria, se teólogo fosse, que guardar (a)o silêncio é a forma de elevação da alma, da contradição do moderno, e a maneira mais fácil de provar a existência de Deus; diria, se psicólogo fosse, que guardar (a)o silêncio é o sintoma mais fidedigno da paz, nenhum homem em guerra consigo consegue prosternar-se em quietude; diria, se Deus fosse, que guardar (a)o silêncio é expiar-se de todos os pecados, vencer todos os demônios, e elevar-se à vida eterna; diria, se Belzebu fosse, que não guardar (a)o silêncio, é ser-me fiel, servo, e escravo.

Calar (-se) é crime que homem comete
a si mesmo.
Calar o silêncio hediondo.

Escutar quatro minutos
e trinta e três segundos é crime.

Vá leitor. - aqui entraria as palavras de baixo calão, as quais prefiro calar -
cala-te, cala-se. Pare de cantar ladainhas com as mesmas asneiras.
Pára de falar asneiras.
Cala-te, cala-se. Escute ao silêncio. Resta tu em silêncio.

Um comentário:

T disse...

falar?



eu que o diga...


ps: falar atraves de folhas de caderno (em cuja capa esta hommer simoson) tbm eh falar?