segunda-feira, 13 de março de 2006

Chuva de sapos

Eu já não sou o mesmo homem
que fora antes.
Já não sou o homem
que fora dois segundos atrás.

Talvez fora de um...
zero
O homem que antes fora
zero era outro
cópia de outro.

nascera nu
sem roupas ou tele-visões
nascera puro
um sujo de sangue num
quarto sem luz.

O homem que antes fora
zero era eu
pastiche de mim.

crescera na rua
bolicas pião ioiô
crescera criança
um sem lesões tele-visões
games.

O homem que antes fora
era animal
zero clichê de romântico.

fora homem, fora eu
fora alguém - não algo
um fora não moderno.

Por fora o homem que sou
é outro
Disperso de um lugar qualquer.

O homem que sou
zero viaja de avião
um viaja por controle
zero e não deseja bons dias
para o estranho vizinho ao lado um

O homem que hoje sou
zero é vazio,
é moderno.

Um comentário:

Dalila Floriani disse...

muito foda! animal.


...para o homem que hoje és o que importa é ser moderno - seja lá o que ser moderno implique em ser...

muito bom mesmo.
wouuuu!