O estranho caminhava sozinho pela estranha rua, na estranha cidade, sendo visto pelas estranhas pessoas. Estranhas mulheres o cantavam e, outras mais estranhas, não. Escrevia coisas estranhs, tinha um trabalho estranho, uma nutrição estranha, um vestuário, no minímo, estranho.
Um dia, foi assassinado. Levou uma facada de moralismo nas costas, uma rajada de bons costumes e sofreu consecutivas agressões de bons modos.
Lentamente, os estranhos vão foram sendo expurgados, enterrados, cremados. Mas as estranhas carcaças putrefatas ds estranhos gargalham no silêncio do esquecimento: sem estranhar, um lugar sem estranhos morre na igualdade.
domingo, 16 de outubro de 2005
Estranho
Tocplocado por
Jonas Tenfen
às
20:54
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
"Onde é que nós estamos
que já não reconhecemos
os desconhecidos?"
Paulo Leminski
Postar um comentário