segunda-feira, 21 de maio de 2007

A uva é feita de vinho.

Acordei cedo, tinha aula. Caminhei para o ponto de ônibus, não esperei muito da vida. Primeiro passo quando se quer ser surpreendido, espere o mínimo de tudo.
Cabeça baixa focada na calçada percebe um som de mágica, brilho, cheiro agradabilíssimo. Surpresa. Homem nu, enfeitado de folhas da videira, alto, corpo robusto, cabelo vermelho escarlate flamejante, lábios finos sorrindo infantilmente, olhar verde malicioso.
A mão esquerda segurava uma garrafa de vinho e a direita estendida em minha direção:
- Bom dia!
É difícil comportar-se adequadamente nessas horas.
-Acalma-te mortal, sou deus, não há motivo para temer minha presença manifesta.

A aparição repentina de Baco se deve a pressa do jovem deus. Quer novos templos, adoradores, está atrás de ministros em potencial...

Declinei o convite apesar de meu puritanismo, ingrediente esperado na fase inicial da vida de um boêmio intenso. Esses tempos pós-modernos, onde a ciência determinista e o humanismo ateu são as únicas doutrinas competindo entre si pelos rumos da razão me tornaram bastante cético quanto atribuições espirituais do que seria - ou é - uma percepção fantástica dos meus próprios sentidos.

Um comentário:

Jonas Tenfen disse...

in vino veritas
in vino vertias!
in vino veritas?
in veritas vino.... ??!!!